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O Que é

CSA?

CSA vem da expressão em inglês Community Supported Agriculture, que significa Comunidade que Sustenta a Agricultura. Neste modelo, a agricultura é apoiada pela comunidade. O agricultor deixa de vender seus produtos através de intermediários e conta com a participação dos consumidores (co-agricultores) para o financiamento e escoamento da sua produção.

CSA é uma tecnologia social que apresenta alternativas e soluções para apoiar a produção local de alimentos orgânicos, promovendo espaços de interação entre as pessoas da cidade e do campo. A pessoa que escolhe fazer parte de uma CSA deixa de ser uma consumidora e se torna uma co-agricultora, porque colabora para o desenvolvimento sustentável da região, valorizando a produção local, conhecendo de perto de onde vem o seu próprio alimento e podendo também participar da produção.

 

Para a formação de uma CSA é preciso estabelecer relações de confiança. A família agricultora apresenta todas as informações sobre o seu organismo agrícola, que, a partir daí, terá os custos divididos em cotas mensais entre os co-agricultores, e então a comunidade CSA passa a ser a financiadora da produção do agricultor. A comunidade assume o compromisso com o escoamento e o financiamento da produção, pagando, antecipadamente, pelos alimentos que serão cultivados.

 

Dessa forma, o custo individual de cada tipo de alimento deixa de ser relevante, passa-se a valorizar uma visão sistêmica da produção como um todo e tornam-se visíveis outros aspectos realmente necessários para sustentar o tipo de agricultura que a comunidade deseja (necessidades dos agricultores, tarefas de organização da comunidade e gestão da tecnologia social, riscos associados à produção, entre outros).

DA CULTURA DO PREÇO

À CULTURA DO APREÇO

Tudo que for colhido já está pago e é compartilhado com os co-agricultores. Na CSA não há atravessadores ou o risco de não escoamento da produção. Por isso, o agricultor tem mais segurança de que sua produção já tem destino certo e pode se dedicar à terra com mais alegria e satisfação! Os alimentos são distribuídos entre os próprios membros da comunidade e entregues em Pontos de Convivência ou Pontos de Distribuição, semanalmente. Os co-agricultores são responsáveis pelo recolhimento dos seus alimentos, de acordo com a cota que possui na comunidade.

 

Uma cota prevê aproximadamente 10 itens contendo folhas, raízes, legumes, flores e frutas. Famílias maiores podem optar por adquirir 2 cotas da comunidade, chegando a 20 itens diversificados. O valor da cota poderá variar em cada CSA, pois depende dos custos de produção e do número de co-agricultores envolvidos na iniciativa. Podem participar da CSA outros produtos complementares como Pão, Ovos, Queijos, Mel e o que mais a comunidade for capaz de apoiar e desejar sustentar.

 

CSA não consiste em um sistema de compras coletivas de orgânicos ou em um serviço de entrega de cestas. CSA também não é uma cooperativa de produção. A Comunidade que Sustenta a Agricultura se estabelece a partir do compromisso entre agricultores e co-agricultores por um período determinado, geralmente seis ou doze meses nos quais dividem tarefas de apoio da comunidade, como o cuidado com os pontos de convivência, a comunicação no grupo e o controle financeiro.

 

As diversas iniciativas de CSA no mundo procuram reverter o fluxo de abandono das zonas rurais e, essencialmente, promover a autoestima das pessoas interessadas em lidar com a terra, numa perspectiva socioeconômica integrada com a cidade.

 

Vista como uma escultura social, a CSA é uma obra de arte social, viva e dinâmica, na qual as pessoas são escultores e também a própria matéria prima, pois a transformação se estabelece nelas próprias, através de suas ações e intenções.

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CSA no mundo

Em muitos países, grupos ativos de cidadãos vêm estabelecendo compromissos com agricultores locais para compartilhar os riscos e recompensas da agricultura orgânica.

 

Um século de desenvolvimento urbano rompeu a relação entre as pessoas e a terra onde seus alimentos são produzidos. Em muitos países, algumas décadas de livre comércio levaram muitos  agricultores familiares ao ponto do desespero e falência.

Nos últimos anos, uma longa série de escândalos alimentares – doenças causadas por agentes patogênicos alimentares, contaminações por organismos geneticamente modificados e verificação de altos índices de poluentes químicos – resultaram em uma crise de confiança em alimentos provenientes de grandes explorações agrícolas industriais.

 

Espalhados pelo mundo, em países tão diversos quanto Japão, Estados Unidos, Cuba, França, Marrocos, China, Portugal ou Mali, grupos de pequenos agricultores familiares e de consumidores têm criado comunidades em torno de alimentos cultivados localmente, baseadas em princípios de ajuda mútua, compartilhamento dos riscos e tarefas coletivas. Os projetos locais de produção de alimentos oferecem um retorno à integridade, à saúde e à segurança alimentar das pessoas, com viabilidade econômica para os produtores agrícolas de escala familiar e respeito ao meio ambiente.

 

Os nomes atribuídos a cada grupo são diversos – CSA (Comunidade que Suporta a Agricultura, TeiKei, AMAP (Association pour le Maintien de l’Agriculture Paysanne), RECÍPROCO, ASC, porém compartilham todos da mesma essência. Como disse Elizabet Henderson, em 2010, na Urgenci Kobe Conference:

 

"O fato dessa tal forma de organização sobre alimentos ter tantos nomes é um bom sinal. Uma vez que internalizam os princípios básicos, agricultores e cidadãos-consumidores (co-agricultores) ao redor do mundo estão adaptando CSA às suas condições culturais locais. Cada projeto sobre alimentos locais adquire forma própria, a partir de seus gostos, necessidades e recursos disponíveis. Quanto mais pudermos aprender sobre como nos sustentar, apoiando um ao outro, mais rápido nós nos movemos em direção a sermos comunidades pacíficas e sustentáveis."

 

Na fazenda Buschberg, na Alemanha, nos anos 60, através do movimento da trimembração social, em Fuhlhagen, perto de Hamburgo, as primeiras experiências de comunidades de suporte à agricultura foram feitas entre 350 consumidores e com a participação de 3 fazendas.

 

No Japão, em 1971, Teruo Ichiraku (1906-1994), filósofo e líder de cooperativas agrícolas que alertou os consumidores para os perigos do uso de produtos químicos na agricultura e desencadeou o movimento para uma agricultura orgânica. Três anos mais tarde, um grupo de mães e donas de casa preocupadas com este assunto juntaram-se a um grupo de agricultores familiares e formaram o primeiro Teikei (Parceria). Atualmente, 20 milhões de japoneses participam de grupos de Teikei em todo o país.

 

Em 1985, Jan Vandertuin levou o conceito CSA de Topinambour, perto de Zurique, para os Estados Unidos, onde Robyn Van En se tornou seu principal entusiasta, difundindo o conceito em conferências de agricultura orgânica e biodinâmica. Ao longo das décadas de 1980 e 1990, na América do Norte, grupos de CSA multiplicaram-se lentamente, mas de forma firme, atingindo mais de 1000 projetos no fim do milênio. Atualmente, há cerca de 4 milhões de co-agricultores nos EUA.

No Brasil

Em 2011, no Fórum Mundial Social, que ocorreu em Porto Alegre, o conceito de CSA foi apresentado como um dos favoritos, com grande potencial de futuro no Brasil.

As primeiras experiências foram iniciadas no estado de São Paulo e, em seguida, a proposta se espalhou por mais 6 estados, alcançando, atualmente, mais 60 comunidades no país. Acesse o mapa CSA no Brasil e veja a iniciativa mais perto de você.

Em 2014, foi fundada a Associação CSA Brasil, uma instituição sem fins lucrativos que tem como focos de ação: apoio à formação de CSA, divulgação de informações sobre CSA e criação da Rede CSA Brasil. 

FONTE: CSA Brasília em https://csabrasilia.wordpress.com/

Faça parte dessa rede de Comunidades que Sustentam a Agricultura!

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